A pandemia e a crise econômica não pouparam sequer os prédios de primeiríssima linha, nas melhores localizações da cidade de São Paulo. Os espaços vagos nesses edifícios saltaram de 8,9% no fim de 2019 para 22,7% no fim do terceiro trimestre de 2021.
Em 2019, aproximadamente 46% desses prédios tinham alguma vacância. Hoje, são 69%. No mesmo período, os melhores escritórios de São Paulo tinham 160 mil metros quadrados de área vaga. Agora, são 477 mil, quase três vezes mais.
A conclusão faz parte de um estudo da Canuma Capital, gestora de recursos de Marcelo Vainstein (ex-Brookfield, Morgan Stanley e JPMorgan). Foram avaliados os 70 melhores imóveis dos eixos de maior procura, como a Avenida Paulista, Faria Lima, Vila Olímpia, Itaim, Chucri Zaidan e Berrini, num total de mais de 2 milhões de metros quadrados de área locável.
Devoluções
O saldo entre áreas devolvidas e alugadas nos últimos 18 meses ficou negativo em 19,5 mil metros quadrados. Ou seja, as devoluções superaram as locações. Isso aconteceu porque algumas empresas enxugaram suas operações na pandemia, enquanto outras adiaram a decisão de fechar novos contratos de aluguel.
O futuro desse mercado ainda é incerto, segundo Vainstein. Tudo vai depender de como ficará a rotina de trabalho daqui para frente. É certo que o modelo híbrido prevalecerá. Mas ainda não se sabe em qual dose, isto é, quantos dias em casa e no escritório – o que será determinante para as empresas definirem os tamanhos das sedes.